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1 Estejamos, pois, convencidos de
que, prestando atenção aos apontamentos do Código da Vida Eterna, o Senhor, em
retribuição à nossa boa-vontade, dar-nos-á entendimento em tudo.
2 Não te esqueças de agir para a
felicidade comum, na linha infinita dos teus dias e das tuas horas. Todavia,
para que a ilusão te não imponha o fel do desencanto ou da soledade, ajuda a
todos, indistintamente, conservando, acima de tudo, a glória de ser útil, “de
modo que haja em nós o mesmo sentimento que vive em Jesus-Cristo”.
3 Obedeçamos, por nossa vez,
conscientes de nossa destinação e convictos de que o Senhor nos espera, além da
nossa cruz, nos cimos resplandecentes da eterna ressurreição.
4 Repara a posição em que te
situas e atende aos imperativos do Infinito Bem. Coloca a Vontade Divina acima
de teus desejos, e a Vontade Divina te aproveitará.
5 Jesus, o nosso Salvador,
estende-nos os braços amoráveis e compassivos. Com ele, a vida enriquecer-se-á
de valores imperecíveis e à sombra dos seus ensinamentos celestes seguiremos,
pelo trabalho santificante, na direção da Pátria Universal...
Todos os crentes registram-lhe o
apelo consolador, mas raros se revelam suficientemente valorosos na fé para lhe
buscarem a companhia.
6 Não percas, portanto, a tua
preciosa oportunidade de aperfeiçoamento.
A dor e o obstáculo, o trabalho e a
luta são recursos de sublimação que nos compete aproveitar.
7 Ninguém que se consagre realmente
à verdade dará testemunho de nós pelo que parecemos, pela superficialidade de
nossa vida, pela epiderme de nossas atitudes ou expressões individuais
percebidas ou apreciadas de passagem, mas sim pela substância de nossa
colaboração no progresso comum, pela importância de nosso concurso no bem
geral.
– Pelos frutos os conhecereis”
– disse o Mestre.
– “Pelas nossas ações seremos
conhecidos” – repetiremos nós.
9 Estejamos alegres e auxiliemos a
todos os que nos partilhem a marcha, porque, segundo a sábia palavra do
apóstolo, se possuímos a graça de contar com o pão e com o agasalho para cada
dia, cabe-nos a obrigação de viver e servir em paz e contentamento.
10 No penúltimo versículo do Novo
Testamento, que é a Carta do Amor Divino para a Humanidade, determinou o Senhor
fosse gravada pelo apóstolo a sua promessa solene:
“Certamente, cedo venho.”
Vale-te, pois, do tempo e não te
faças tardio na preparação.
11 Tudo é belo, tudo é grande, tudo
é santo na casa de Deus.
Agradeçamos a tempestade que
renova, a luta que aperfeiçoa, o sofrimento que ilumina.
A alvorada é maravilha do céu que
vem após a noite na Terra.
Que em todas as nossas dificuldades
e sombras seja nosso Pai glorificado para sempre.
12 Colocar a dificuldade à margem,
porém, não é desprezar as opiniões alheias, quando respeitáveis, ou fugir à
luta vulgar. É respeitar cada individualidade, na posição que lhe é própria, é
partilhar o ângulo mais nobre do bom combate, com a nossa melhor colaboração
pelo aperfeiçoamento geral. E, por dentro, na intimidade do coração, prosseguir
com Jesus, hoje, amanhã e sempre, agindo e servindo, aprendendo e amando, até
que a luz divina brilhe em nossa consciência, tanto quanto inconscientemente já
nos achamos dentro dela.
13 Se aspiramos ao clima da Vida
Superior, adiantemo-nos para a frente, caminhando com os padrões de Jesus.
– Levantar-me-ei, disse o moço
da parábola.
– Levantemo-nos, repitamos
nós.
14 Se não abrigamos o espírito de
santificação que nos melhore e nos renove para o Cristo, a nossa fé representa
frágil candeia, suscetível de apagar-se ao primeiro golpe de vento.
15 Estendamos, assim, a
fraternidade pura e simples, amparando-nos mutuamente...
Fraternidade que trabalha e ajuda,
compreende e perdoa, entre a humildade e o serviço que asseguram a vitória do
bem. Atendamo-la, onde estivermos, recordando a palavra do Senhor que afirmou
com clareza e segurança: – “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se
vos amardes uns aos outros.”
16 Não te perturbes, pois, diante
da luta, e observa.
O que te parece derrota, muita vez
é vitória. E o que se te afigura em favor de tua morte, é contribuição para o
teu engrandecimento na vida eterna.
17 Amemos e trabalhemos,
purificando e servindo sempre.
Onde estiver um seguidor do
Evangelho aí se encontra um mensageiro do Amigo Celestial para a obra
incessante do bem.
Cristianismo significa Cristo e
nós.
18 Disse o Mestre: – “Nem só de pão
vive o homem.”
Apliquemos o sublime conceito ao
imenso campo do mundo.
Bom gosto, harmonia e dignidade na
vida exterior constituem dever, mas não nos esqueçamos da pureza, da elevação e
dos recursos sublimes da vida interior, com que nos dirigimos para a
Eternidade.
19 Alimenta a “boa parte” do teu
irmão e segue para diante. A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará
o resto.
20 O único sinal que te revelará a
condição mais nobre estará impresso na ação que desenvolveres na vida, a fim de
executar-lhe os desígnios, porque, em verdade, não adianta muito ao aperfeiçoamento
o ato de acreditar no bem que virá do Senhor e sim a diligência em praticar o
bem, hoje, aqui e agora, em seu nome.
22 Se deixaste, pois, por devoção a
Jesus, os laços que te prendiam às zonas inferiores da vida, recorda que, por
felicidade tua, recebeste do Céu a honra de ajudar, a prerrogativa de entender
e a glória de servir.
23 Não te esqueças, meu irmão, de
que o Senhor te situou a experiência terrestre num verdadeiro paraíso, onde a
semente minúscula retribui na média do infinito por um e onde águas e flores,
solo e atmosfera te convidam a produzir, em favor da multiplicação dos Tesouros
Eternos.
24 Busquemos as criaturas, acima de
tudo, pelas obras com que beneficiam o tempo e o espaço em que nos
movimentamos, porque, um dia, compreenderemos que o melhor raramente é aquele
que concorda conosco, mas é sempre aquele que concorda com o Senhor,
colaborando com ele, na melhoria da vida, dentro e fora de nós.
25 Não intentes destruir milênios
de treva de um momento para outro.
Vale-te do esforço de
auto-aperfeiçoamento cada dia.
Persiste em aprender com o Mestre
do Amor e da Renúncia.
Não nos esqueçamos de que a Graça
Divina ocupará o nosso espaço individual, na medida de nosso crescimento real
nos dons do Cristo.
26 Revelemos a nossa fé, através
das nossas obras na felicidade comum e o Senhor conferirá à nossa vida o
indefinível acréscimo de amor e sabedoria, de beleza e poder.
28 Asseverou o Senhor que os sãos
não precisam de médico, mas, sim, os enfermos.
Lembra-te dos que transitam no mundo
entre dificuldades maiores que as tuas.
A vida não reclama o teu sacrifício
integral em favor dos outros, mas, a benefício de ti mesmo, não desdenhes fazer
alguma coisa na extensão da felicidade comum.
29 Amigo, a passagem pela Terra é
aprendizado sublime.
O trabalho é sempre o instrutor do
aperfeiçoamento.
Sirvamos sem prender-nos.
Em todos os lugares do vale humano,
há recursos de ação e aprimoramento para quem deseja seguir adiante. Sirvamos,
em qualquer parte, de boa-vontade, como sendo ao Senhor e não às criaturas, e o
Senhor nos conduzirá para os cimos da vida.
30 Educa e edificarás o paraíso na
Terra. Se sabemos que o Senhor habita em nós, aperfeiçoemos a nossa vida, a fim
de manifestá-lo.
31 Paulo de Tarso, escrevendo numa
época de senhores e escravos, de superficialidade e favoritismo, não nos diz
que o semeador distinguido por César ou mais endinheirado seria o legítimo
detentor da colheita, mas asseverou, com indiscutível acerto, que o lavrador
dedicado às próprias obrigações será o primeiro a beneficiar-se com as
vantagens do fruto.
33 Encontrando o nosso irmão caído
na estrada, façamos o possível por despertá-lo com os recursos do verbo
transformador, mas não olvidemos que, para trazê-lo de novo à vida construtiva,
será indispensável, segundo a inesquecível lição de Pedro, estender-lhe
fraternalmente as nossas mãos.
34 Guardemos cuidado toda vez que
formos visitados pela inveja, pelo ciúme, pela suspeita ou pela maledicência.
Casos intrincados existem nos quais
o silêncio é o remédio bendito e eficaz, porque, sem dúvida, cada espírito
observa o caminho ou o caminheiro, segundo a visão clara ou escura de que
dispõe.
35 Aprendamos a receber a visita da
adversidade, educando-lhe as energias para proveito da vida.
A ignorância é apenas uma grande
noite que cederá lugar ao sol da sabedoria.
Usa o tesouro de teu amor, em todas
as direções, e estendamos o bem por toda parte.
A fonte, quando tocada de lama,
jamais se dá por vencida. Acolhe os detritos no próprio seio e, continuando a
fluir, transforma-os em bênçãos, no curso de suas águas que prosseguem
correndo, com brandura e humildade, para benefício de todos.
36 Vemos, pois, que é fácil comer o
pão multiplicado pelo infinito amor do Mestre Divino ou regozijar-se alguém com
a sua influência curativa, mas, para alcançar a Vida Abundante de que ele se
fez o embaixador sublime, não basta a faculdade de poder e o ato de crer, mas
também a vontade perseverante de quem aprendeu a trabalhar e servir,
aperfeiçoar e querer.
37 Situemo-nos na posição do
acusado e reflitamos se, nas condições dele, teríamos resistido às sugestões do
mal. Relacionemos as nossas vantagens e os prejuízos do próximo, com
imparcialidade e boa intenção.
Toda vez que assim procedermos, o
quadro se modifica nos mínimos aspectos.
De outro modo será sempre fácil
zurzir e condenar, para cairmos, com certeza, nos mesmos delitos, quando
formos, por nossa vez, visitados pela tentação.
38 Se soubéssemos quão terrível é o
resultado de nosso desrespeito às Leis Divinas, jamais nos afastaríamos do
caminho reto.
Perdoa, pois, a quem te fere e
calunia...
Em verdade, quantos se rendem às
sugestões perturbadoras do mal não sabem o que fazem.
39 Guardar, pois, o êxtase
religioso no coração, sem qualquer atividade nas obras de desenvolvimento da
sabedoria e do amor, consubstanciados no serviço da caridade e da educação,
será conservar na terra viva do sentimento um ídolo morto, sepultado entre as
flores inúteis das promessas brilhantes.
41 “Nunca te deixarei, nem te
desampararei” – promete a Divina Bondade.
Nem solidão, nem abandono.
A Providência Celestial prossegue
velando...
Mantenhamos, pois, a confortadora certeza de que toda tempestade é
seguida pela atmosfera tranqüila e de que não existe noite sem alvorecer
42 Meu amigo, onde estiveres,
lembra-te de que aí permaneces “por um pouco” de tempo. Modera-te na alegria e
conforma-te na tristeza, trabalhando sem cessar, na extensão do bem, porque é
na demonstração do “pouco” que caminharás para o “muito” de felicidade ou de
sofrimento.
43 A palavra é canal do “eu”.
Pela válvula da língua, nossas
paixões explodem ou nossas virtudes se estendem.
Cada vez que arrojamos para fora de
nós o vocabulário que nos é próprio, emitimos forças que destroem ou edificam,
que solapam ou restauram, que ferem ou balsamizam.
Tenhamos a precisa coragem de
eliminar, por nós mesmos, os raios de nossos sentimentos e desejos
descontrolados. (editado)
45 Que nossa atividade, dentro da
vida, produza muito fruto de paz e sabedoria, amor e esperança, fé e alegria,
justiça e misericórdia, em trabalho pessoal digno e constante, porquanto,
somente assim o Pai será por nós glorificado e só nessa condição seremos
discípulos do Mestre Crucificado e Redivivo.
46 Assim também ocorre no círculo
de nossas vidas. Não tropeces no fácil triunfo ou na auréola barata dos
crucificadores. Toda vez que as circunstâncias te compelirem a modificar o
roteiro da própria vida, prefere o sacrifício de ti mesmo, transformando a tua
dor em auxílio para muitos, porque todos aqueles que recebem a cruz, em favor
dos semelhantes, descobrem o trilho da eterna ressurreição.
47 Sobretudo, combate a tendência
ao melindre pessoal com a mesma persistência empregada no serviço de higiene do
leito em que repousas. Muita ofensa registrada é peso inútil ao coração.
Guardar o sarcasmo ou o insulto dos
outros não será o mesmo que cultivar espinhos alheios em nossa casa?
Desanuvia a mente, cada manhã, e
segue para diante, na certeza de que acertaremos as nossas contas com Quem nos
emprestou a vida e não com os homens que a malbaratam.
49 A guerra é sempre o fruto
venenoso da violência.
A contenda estéril é resultado da
imposição.
A união fraternal é o sonho sublime
da alma humana, entretanto, não se realizará sem que nos respeitemos uns aos
outros, cultivando a harmonia, à face do ambiente que fomos chamados a servir.
Somente alcançaremos semelhante realização “procurando guardar a unidade do
espírito pelo vínculo da paz”.
50 É imprescindível exumar o
coração de todos os envoltórios entorpecentes que, por vezes, nos amortalham a
alma.
A contrição, a saudade, a esperança
e o escrúpulo são sagrados, mas não devem representar impedimento ao acesso de
nosso espírito à Esfera Superior.
51 Quando te desviares, pois, para
o resvaladiço terreno das lamentações e das acusações, quase sempre indébitas,
reconsidera os teus passos espirituais e recorda que a nossa garganta deve ser
consagrada ao bem, pois só assim se expressará, por ela, o verbo sublime do
Senhor.
52 Movimenta as mãos cansadas para
o trabalho e ergue os joelhos desconjuntados, na certeza de que para a obtenção
da melhor parte da vida é preciso servir e marchar, incessantemente.
53 Lembremo-nos de que Jesus não só
cedeu, em favor de todos, quanto poderia reter em seu próprio benefício, mas
igualmente fez a doação de si mesmo pela elevação comum.
Pregadores que não gastam e nem se
gastam pelo engrandecimento das idéias redentoras do Cristianismo são orquídeas
do Evangelho sobre o apoio problemático das possibilidades alheias; mas aquele
que ensina e exemplifica, aprendendo a sacrificar-se pelo erguimento de todos,
é a árvore robusta do Eterno Bem, manifestando o Senhor no solo rico da
verdadeira fraternidade.
54 Busquemos, zelosos, a elevação
de nós mesmos, assinalando a nossa presença, seja onde for, com as bênçãos do
serviço a todos, e tão logo estejamos integrados no esforço digno, dentro da
ação pessoal e incessante no bem, o Alto nos descortinará mais iluminados
caminhos para a ascensão.
56 Não olvides a assertiva do
Mestre: – “Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.”
Renasce agora em teus propósitos,
deliberações e atitudes, trabalhando para superar os obstáculos que te cercam e
alcançando a antecipação da vitória sobre ti mesmo, no tempo ...
Mais vale auxiliar, ainda hoje, que
ser auxiliado amanhã.
58 Dever e renovação.
Serviço e aprimoramento.
Ação e progresso.
Responsabilidade e crescimento
espiritual.
Aceitação dos impositivos do bem e
obediência aos padrões do Senhor.
Somente depois de semelhantes
aquisições é que atingiremos a verdadeira comunhão com o Divino Mestre.
59 “Palavras, palavras, palavras..”
Esquece aquelas que te incitam à
inutilidade, aproveita quantas te mostram as obrigações justas e te ensinam a
engrandecer a existência, mas não olvides as frases que te acordam para a luz e
para o bem; elas podem penetrar o nosso coração, através de um amigo, de uma
carta, de uma página ou de um livro, mas, no fundo, procedem sempre de Jesus, o
Divino Amigo das Criaturas.
60 Não olvidemos, assim, as doações
de nossa esfera íntima e perguntemos a nós mesmos:
Que temos de nós próprios para dar?
Que espécie de emoção estamos
comunicando aos outros?
Que reações provocamos no próximo?
Que distribuímos com os nossos
companheiros de luta diária?
Qual é o estoque de nossos
sentimentos?
Que tipo de vibrações espalhamos?
61 Centraliza-te no esforço de
ajudar no bem comum, seguindo com a tua cruz, ao encontro da ressurreição
divina. Nas surpresas constrangedoras da marcha, recorda que, antes de tudo,
importa orar sempre, trabalhando, servindo, aprendendo, amando, e nunca
desfalecer.
62 Há percalços e lutas, espinhos e
pedrouços na senda?
Prossegue mesmo assim.
O tempo, implacável dominador de
civilizações e homens, marcha apenas com sessenta minutos por hora, mas nunca
se detém.
Guardemos a lição e caminhemos para
diante, com a melhoria de nós mesmos.
Devagar, mas sempre.
63 Existe, no entanto, nos
trabalhos da Boa Nova, um tipo de cooperador diferente:
Não pede recompensa, não pergunta
por resultados, não se sintoniza com o mal. Abençoa e ajuda sempre.
Semelhante companheiro é conhecido
por verdadeiro discípulo do Senhor, por muito amar.
(editado)
64 Segundo observamos, o Divino
Demeador ausentou-se da grandeza a que se acolhe e veio até nós, espalhando as
claridades da Revelação e aumentando-nos a visão e o discernimento.
Humilhou-se para que nos
exaltássemos e confundiu-se com a sombra a fim de que a nossa luz pudesse
brilhar, embora lhe fosse fácil fazer-se substituído por milhões de
mensageiros, se desejasse.
Afastemo-nos, pois, das nossas
inibições e aprendamos com o Cristo a “sair para semear”.
66 Disse Paulo: – “Desperta, tu que
dormes! Levanta-te dentre os mortos e o Cristo te iluminará.” E nós
repetiremos: – “Acordemos para a vida superior e levantemo-nos na execução das
boas obras e o Senhor nos ajudará, para que possamos ajudar os outros.”
67 Jesus veio até nós a fim de
ensinar-nos, acima de tudo, que o Amor é o caminho para a Vida Abundante.
Vives sitiado pela dor, pela
aflição, pela sombra ou pela enfermidade? Renova o teu modo de sentir, pelos
padrões do Evangelho, e enxergarás o Propósito Divino da Vida, atuando em todos
os lugares, com justiça e misericórdia, sabedoria e entendimento.
68 O ensinamento do Evangelho,
contudo, não deixa margem a qualquer dúvida.
Se já conheces os benefícios de
Jesus, és colaborador dele, na vinha do mundo e na edificação do espírito
humano para a Eternidade.
Avança na tarefa que te foi
confiada e não temas. Se a fé representa a nossa coroa de luz, o trabalho em
favor de todos é a nossa bênção de cada dia.
69 Agir ajudando, criar alegria,
concórdia e esperanças, abrir novos horizontes ao conhecimento superior e
melhorar a vida, onde estivermos, é o apostolado de quantos se devotaram à Boa
Nova.
Procuremos as águas vivas da prece
para lenir o coração, mas não nos esqueçamos de acionar os nossos sentimentos,
raciocínios e braços, no progresso e aperfeiçoamento de nós mesmos, de todos e
de tudo, compreendendo que Jesus reclama obreiros diligentes para a edificação
de seu Reino em toda a Terra.
71 Se buscas o Pai, ajuda ao teu
irmão, amparando-vos reciprocamente, porque, segundo a palavra iluminada do
evangelista, “se alguém diz: – eu amo a Deus, e aborrece o semelhante, é
mentiroso, pois quem não ama o companheiro com quem convive, como pode amar a Deus,
a quem ainda não conhece?”
73 Acende, meu irmão, nova chama de
estímulo, no centro da tua alma, e segue além... Sê o anjo da fraternidade para
os que te seguem dominados de aflição, ignorância e padecimento.
Quando plantares a alegria de viver
nos corações que te cercam, em breve as flores e os frutos de tua sementeira te
enriquecerão o caminho.
74 A flor é uma linda promessa,
onde se encontre.
O fruto maduro, porém, é alimento
para Hoje.
Felizes daqueles que espalham a
esperança, mas bem-aventurados sejam os seguidores do Cristo que suam e
padecem, dia a dia, para que seus irmãos se reconfortem e se alimentem no
Senhor!
75 Que fazes, portanto, dos
talentos preciosos que repousam em teu coração, em tuas mãos e no teu caminho?
Vela por tua própria tarefa no bem, diante do Eterno, porque chegará o momento
em que o Poder Divino te pedirá: – “Dá conta de tua administração.”
76 Nas origens de nossas
determinações, porém, reside a idéia.
A mente, em razão disso, é a sede
de nossa atuação pessoal, onde estivermos.
Pensamento é fermentação
espiritual. Em primeiro lugar estabelece atitudes, em segundo gera hábitos e,
depois, governa expressões e palavras, através das quais a individualidade
influencia na vida e no mundo. Regenerado, pois, o pensamento de um homem, o
caminho que o conduz ao Senhor se lhe revela reto e limpo.
77 Sem nos associarmos aos
propósitos do Pai, na pequenina tarefa que nos foi permitido executar, nossa
prece será, muitas vezes, simples repetição do “eu quero”, invariavelmente
cheio de desejos, mas quase sempre vazio de sensatez e de amor.
81 Transforma as tuas energias em
bondade e compreensão redentoras para toda gente, gastando, para isso, o óleo
de tua boa-vontade, na renúncia e no sacrifício, e a tua vida, em Cristo,
passará realmente a brilhar.
83 Evitemos, assim, a posição do
aluno que estuda e jamais se harmoniza com a lição, recordando também que se o
arrependimento é útil, de quando em quando, o arrepender-se a toda hora é sinal
de teimosia e viciação.
86 Guarda lealdade ao ideal
superior que te ilumina o coração e permanece convicto de que se cultivas a
oração da fé viva, em todos os teus passos, aqui ou além, o Senhor te
levantará.
87 Vale-te da revelação com que a
fé te beneficia e santifica o teu caminho, espalhando o bem.
Tua vida pode converter-se num
manancial de bênçãos para os outros e para tua alma, se te aplicares, em
verdade, ao Mestre do Amor. Lembra-te de que não és tu quem espera pela Divina
Luz. É a Divina Luz, força do Céu ao teu lado, que permanece esperando por ti.
88 Cai, contudo, em ti mesmo, sob a
bênção de Jesus e, transferindo-te, então, da inércia para o trabalho
incessante pela tua redenção, observarás, surpreendido, como a vida é
diferente.
89 Lembremo-nos de que, por vezes,
perdemos a casa terrestre a fim de aprendermos o caminho da casa celeste; em
muitas ocasiões, somos abandonados pelos mais agradáveis laços humanos, de
maneira a retornarmos aos vínculos divinos; há épocas em que as feridas do
corpo são chamadas a curar as chagas da alma, e situações em que a paralisia
ensina a preciosidade do movimento.
É natural peçamos o auxílio do
Mestre em nossas dificuldades e dissabores; entrementes, não nos esqueçamos de
trabalhar pelo bem, nas mais aflitivas passagens da retificação e da ascensão,
convictos de que nos encontramos invariavelmente na mais justa e proveitosa
oportunidade de trabalho que merecemos, e que talvez não saibamos, de pronto,
escolher outra melhor.
96 O homem vulgar, de muitos
milênios para cá, vem comendo e bebendo, dormindo e agindo sem diferenças
fundamentais, na ordem coletiva. De vinte séculos a esta parte, todavia,
abençoada luz resplandece na Terra com os ensinamentos do Cristo,
convidando-nos a escalar os cimos da espiritualidade superior. Nem todos a
percebem, ainda, não obstante envolver a todos. Mas, para quantos se felicitam
em suas bênçãos extraordinárias, surge o desafio do Mestre, indagando sobre o
que de extraordinário estamos fazendo.
98 A convicção e o entusiasmo da fé
bastam para começar honrosamente, mas para continuar o serviço, e terminá-lo
com êxito, ninguém poderá prescindir da caridade paciente, benigna e
invencível.
100 Quem desejar a bênção divina,
trabalhe pela merecer.
O aprendiz ausente da aula não pode
reclamar benefícios decorrentes da lição.
102 Cada qual de nós recebe o
quinhão de luta imprescindível ao aprendizado que devemos realizar. Ninguém
está deserdado de oportunidades, em favor da sua melhoria.
A grande questão é obedecer a Deus,
amando-O, e servir ao próximo de boa-vontade. Quem solucionou semelhante
problema, dentro de si mesmo, sabe que todas as criaturas e situações da senda
são mensagens vivas em que podemos recolher as bênçãos do amor e da sabedoria,
se aceitamos a lição que o Senhor nos oferece.
Nesse sentido, pois, não nos esqueçamos
de que Paulo, o intimorato batalhador do Evangelho, sob tormentas de
preocupações, encontrou recurso em si mesmo para dizer aos irmãos de luta: –
“Regozijai-vos sempre.”
104 Quando o cristão pronuncia as
sagradas palavras “Pai Nosso”, está reconhecendo não somente a Paternidade de
Deus, mas aceitando também por sua família a Humanidade inteira.
105 Cristão sem espírito de
sacrifício é lâmpada morta no santuário do Evangelho.
Busquemos o Senhor, oferecendo aos
outros o melhor de nós mesmos.
Sigamo-lo, auxiliando
indistintamente. Não nos detenhamos em conflitos ou perquirições sem proveito.
“Vós sois a luz do mundo” –
exortou-nos o Mestre – e a luz não argumenta, mas sim esclarece e socorre,
ajuda e ilumina.
108 Nossa alma é sempre núcleo de influência
para os demais.
Acautela-te, pois, com o alimento
invisível que forneces às vidas que te rodeiam.
Desdobra-se-nos o destino em
correntes de fluxo e refluxo. As forças que hoje se exteriorizam de nossa
atividade voltarão ao centro de nossa atividade, amanhã. (editado)
109 Não condenes, pois, o próximo
porque nele observes a inferioridade e a imperfeição.
A exemplo do Cristo, ajuda quanto
possas.
O Amigo Divino sabe o que existe em
nós... Ele não desconhece a nossa pesada e escura bagagem do pretérito, nas
dificuldades do nosso presente, recheado de hesitações e de erros, mas nem por
isso deixa de estender-nos amorosamente as mãos.
110 Entretanto, lembremo-nos do
ensinamento do Mestre, vigiando e orando, para não sucumbirmos às tentações, de
vez que mais vale chorar sob os aguilhões da resistência que sorrir sob os
narcóticos da queda.
113 Consagremo-nos à tarefa que o
Senhor nos reservou na edificação do bem e da luz e estejamos convictos de que,
assim agindo, o argueiro que incomoda o olho do vizinho, tanto quanto a trave
que nos obscurece o olhar, se desfarão espontaneamente, restituindo-nos a
felicidade e o equilíbrio, através da incessante renovação.
114 Em nosso aprendizado cristão,
lembremo-nos da palavra do Senhor:
– “Embainha tua espada...”
Alimentando a guerra com os outros,
perdemo-nos nas trevas exteriores, esquecendo o bom combate que nos cabe manter
em nós mesmos.
115 Recorda o olhar vigilante da
Divina Providência que nos observa todos os passos.
Lembra-te de que vives, onde te encontras, por iniciativa do Poder
Maior que nos supervisiona os destinos e guardemos lealdade às obrigações que
nos cercam. E, agindo incessantemente na extensão do bem, no campo de luta que
a vida nos confia, esperemos por novas decisões da Lei a nosso respeito, porque
a própria Lei nos elevará de plano e nos sublimará as atividades no momento
oportuno.
116 Se te propões, desse modo,
cooperar com o Evangelho, recorda que não basta falar, aconselhar e informar.
“Ide e ensinai”, na palavra do Cristo, quer dizer “ide e
exemplificai para que os outros aprendam como é preciso fazer”.
117 Serás ajudado pelo Céu, conforme
estiveres ajudando na Terra.
Possuímos aquilo que damos.
Cede ao próximo algo mais que o dinheiro de que possas dispor. Dá
também teu interesse afetivo, tua saúde, tua alegria e teu tempo e, em verdade,
entrarás na posse dos sublimes dons do amor, do equilíbrio, da felicidade e da
paz, hoje e amanhã, neste mundo e na vida eterna. (editado)
118 “... não ambicioneis coisas
altas, mas acomodai-vos às humildes.” – Paulo. (Romanos, 12:16.)
Por mais árdua e mais simples a nossa obrigação, atendamo-la com
amor.
A palavra de Paulo é sábia e justa, porque, escalando com firmeza
as faixas inferiores do monte, com facilidade lhe conquistamos o cimo e,
aceitando de boa-vontade as tarefas pequeninas, as grandes tarefas virão
espontaneamente ao nosso encontro. (editado)
119 Não durmas sobre a possibilidade
de fazer o melhor.
Não te mantenhas na expectativa inoperante, quando podes
contribuir em favor da alegria e da paz.
A dádiva tardia tem gosto de fel.
“Eis agora” – diz-nos o Evangelho, na palavra apostólica.
Adiar o bem que podemos realizar é desaproveitar o tempo e furtar
do Senhor.
120 Crescerás horizontalmente,
conquistarás o poder e a fama, reverenciar-te-ão a presença física na Terra,
mas, se não trouxeres contigo os valores do bem, ombrearás com os infelizes, em
marcha imprevidente para as ruínas do desencanto.
Assim será “todo aquele que ajunta tesouros para si, sem ser rico
para com Deus”.
122 O capital mais precioso da vida é
o da boa-vontade. Ponhamo-lo em movimento e a nossa existência estará
enriquecida de bênçãos e alegrias, hoje e sempre, onde estivermos.
123 Viver de qualquer modo é de
todos, mas viver em paz consigo mesmo é serviço de poucos.
124 Não te canses de fazer o bem.
Quem hoje te não compreende a boa-vontade, amanhã te louvará o
devotamento e o esforço.
Jamais te desesperes, e auxilia sempre.
A perseverança é a base da vitória. (editado)
128 Lembra-te da imortalidade – nossa
divina herança!
Por onde fores, conduze tua alma como fonte preciosa de
compreensão e serviço! Onde estiveres, sê generoso, otimista e diligente no
bem!
A carne é apenas tua veste. (editado)
131 Se te encontras diante do povo,
com o anseio de ajudá-lo, se te propões contribuir na regeneração do campo
social, não te percas em pregações de rebelião e desespero. Conserva a
serenidade e alimenta o próximo com o teu bom exemplo e com a tua boa palavra.
132 “E, tendo medo, escondi na terra o teu talento.” – (Mateus,
25:25.)
Na parábola dos talentos, o servo negligente atribui ao medo a
causa do insucesso em que se infelicita.
...
Se recebeste, pois, mais rude tarefa no mundo, não te atemorizes à
frente dos outros e faze dela o teu caminho de progresso e renovação. Por mais
sombria seja a estrada a que foste conduzido pelas circunstâncias, enriquece-a
com a luz do teu esforço no bem, porque o medo não serviu como justificativa
aceitável no acerto de contas entre o servo e o Senhor. (editado)
133 Infinita é a Bondade de Deus,
todavia, algo deve surgir de nosso “eu”, em nosso favor.
Em qualquer terreno de nossas realizações para a vida mais alta,
apresentemos a Jesus algumas reduzidas migalhas de esforço próprio e estejamos
convictos de que o Senhor fará o resto.
135 Ensina-nos a Boa Nova que o Amor
cobre a multidão dos pecados.
Quem perdoa, esquecendo o mal e avivando o bem, recebe do Pai
Celestial, na simpatia e na cooperação do próximo, o alvará da libertação de si
mesmo, habilitando-se a sublimes renovações.
136 “Que procureis viver sossegados.”- Paulo. (1ª Epístola aos
Tessalonicenses, 4:11.)
Viver sossegado não é apodrecer na preguiça.
Não queiras, assim, estar sossegado, sem esforço, sem luta, sem
trabalho, sem problemas...
Todavia, consoante a advertência do apóstolo, vivamos calmamente,
cumprindo com valor, boa-vontade e espírito de sacrifício, as obrigações
edificantes que o mundo nos impõe cada dia, em favor de nós mesmos. (editado)
139 Se tens noticia do Evangelho, no mundo de tua alma, prepara-te
para ajudar, infinitamente...
A Terra é a nossa escola e a nossa oficina.
A Humanidade é a nossa família.
Cada dia é o ensejo bendito de aprender e auxiliar.
140 Por enquanto, a cruz ainda é o sinal dos aprendizes fiéis.
Se não tens contigo as marcas do testemunho pela responsabilidade,
pelo trabalho, pelo sacrifício ou pelo aprimoramento íntimo, é possível que
ames profundamente o Mestre, mas é quase certo que ainda não te colocaste,
junto dele, na jornada redentora.
Abençoemos,
pois, a nossa cruz e sigamo-lo, destemerosos, buscando a vitória do amor e a
ressurreição eterna.